
Presidente da HYBE pode ser indiciado por fraude envolvendo 400 bilhões de wons
Bang Si Hyuk, fundador e presidente da HYBE, está no centro de uma possível acusação criminal após investigações sobre uma suposta fraude de ações. Nessa quarta-feira (09), o Comitê de Deliberação de Investigação do Mercado de Capitais (CMIDC), vinculado à Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul (FSC), votou pelo encaminhamento do caso à Comissão de Valores Mobiliários e Futuros (SFC). A reunião decisiva da SFC está prevista para 16 de julho.
O caso diz respeito a alegações de violação da Lei de Mercados de Capitais do país. As suspeitas envolvem o processo de abertura de capital (IPO) da HYBE, que ocorreu em 2020, quando a empresa ainda operava sob o nome de Big Hit Entertainment. Os supostos acordos firmados entre Bang e empresas de private equity estariam no centro das investigações.
Se a SFC acatar a recomendação do comitê, Bang poderá enfrentar acusações criminais por práticas comerciais fraudulentas e desleais. As possíveis infrações teriam afetado a integridade do mercado financeiro e a transparência do processo de IPO da empresa.
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HYBE se posiciona e afirma seguir normas legais
Poucas horas após a divulgação da recomendação do CMIDC, a HYBE publicou uma nota oficial reconhecendo a investigação. A empresa lamentou os efeitos negativos que a situação pode causar na opinião pública e na confiança dos investidores. A nota também reforçou sua colaboração com as autoridades.
“Estamos cooperando ativamente com os reguladores financeiros e a polícia, fornecendo explicações detalhadas e todos os materiais necessários”, diz o comunicado. A empresa ainda afirmou acreditar que o processo de listagem pública foi conduzido de acordo com as leis vigentes à época.
Apesar da confiança expressa, a HYBE reconheceu que a investigação pode se estender por um período considerável. A empresa não mencionou se Bang Si Hyuk se afastará temporariamente do cargo durante o andamento do processo.
Acusações envolvem acordos não divulgados
A investigação foi desencadeada por informações de que Bang Si Hyuk teria fechado acordos confidenciais com empresas de private equity como Stick Investment, Eastone Equity Partners e Newmain Equity. Os contratos foram supostamente firmados antes do IPO da HYBE, com cláusulas que garantiam uma divisão de lucros.
Os documentos indicam que Bang receberia 30% dos ganhos de capital obtidos pelos investidores caso a empresa fosse listada com sucesso na bolsa. Caso o IPO não ocorresse, ele se comprometeria a recomprar as ações pelo valor original, protegendo os fundos de eventuais perdas.
Esses contratos, segundo críticos, não foram divulgados no momento da abertura de capital. A omissão pode ter influenciado o comportamento dos investidores e a valorização das ações na bolsa. HYBE e seus subscritores, no entanto, alegam que os acordos não exigiam divulgação obrigatória, segundo pareceres jurídicos recebidos à época.
A controvérsia aumentou após denúncias de que Bang Si Hyuk teria lucrado mais de 400 bilhões de wons com os acordos, o que reforçou os questionamentos sobre a transparência da operação.
Promotores rejeitaram pedidos de busca na sede da HYBE
Com a repercussão crescente, investidores iniciais começaram a se manifestar publicamente, alegando prejuízos financeiros relacionados à suposta falta de informações relevantes no processo de IPO. A pressão levou reguladores financeiros e autoridades policiais a abrirem investigações paralelas.
Mesmo com o avanço das apurações, duas tentativas da polícia de obter mandados de busca e apreensão contra a HYBE foram negadas pelo Ministério Público. A ausência de mandados tem sido vista como um obstáculo para o aprofundamento das investigações, embora não impeça a continuidade do processo regulatório.
A deliberação marcada para 16 de julho será crucial para definir os próximos passos do caso. Caso a SFC decida pelo indiciamento de Bang Si Hyuk, ele poderá ser formalmente acusado de violar normas do mercado financeiro sul-coreano. Até o momento, não há confirmação oficial sobre eventuais audiências judiciais ou prazos para novos desdobramentos.
Foto destaque: Presidente da HYBE (Foto/Divulgação/Instagram/Bang Si Hyuk)