
“O Verão em que Hikaru Morreu”: segredos à beira do colapso
O sexto episódio de “O Verão em que Hikaru Morreu” aprofunda a atmosfera sombria que vem crescendo desde o início da série. Desta vez, o foco não é apenas o mistério em torno do “novo” Hikaru, mas também a ameaça concreta de ser descoberto. O medo dele ganha corpo e se torna motor de tensão, principalmente quando Asako revela que sabe — ou pelo menos sente — que algo estranho habita aquele corpo.
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A narrativa mantém o ritmo lento e calculado, mas o clima é mais denso que nos capítulos anteriores. A sensação é de que a qualquer momento um segredo vai transbordar, e as consequências serão irreversíveis.
O Medo do Novo Hikaru
Grande parte do episódio é guiada pelo pavor crescente do novo Hikaru. Ao perceber que Asako “sabe demais”, ele reage de forma desesperada, como se sua existência estivesse prestes a ser ameaçada. Na mente dele, a presença dela significa risco: alguém que pode denunciar, tentar destruí-lo ou até afastá-lo de Yoshiki.

Esse medo é trabalhado de forma sutil, com olhares, hesitações e um clima de constante vigília. É o episódio em que vemos o lado mais paranoico dessa entidade que ocupa o corpo de Hikaru.
Asako e o Legado dos Médiuns
Asako não é apenas uma personagem coadjuvante: aqui, sua importância para a trama é revelada. Filha de uma família de médiuns, ela carrega um “sexto sentido” que a torna capaz de perceber presenças do outro lado. A orientação de sua avó ecoa como um código moral: existem bons e maus espíritos, assim como bons e maus humanos.
Ela não demonstra intenção de machucar Hikaru — pelo contrário, sua abordagem é mais de cautela do que de ataque. Essa postura abre espaço para uma relação ambígua: Hikaru a vê como ameaça, mas o espectador entende que ela pode ser peça-chave para entender o que realmente está acontecendo.
Segredos que não se sustentam em “O Verão em que Hikaru Morreu”
O núcleo do episódio reforça um ponto que já vinha sendo sugerido: Yoshiki e o novo Hikaru podem tentar manter o segredo, mas não há como sustentar essa farsa indefinidamente. O círculo de pessoas que percebem “algo errado” tende a crescer, e o grupo de amigos começa a ser colocado à prova.

A tensão de ver o segredo prestes a vazar cria um clima quase claustrofóbico — como se a cada interação social houvesse o risco de uma revelação acidental.
O Estado Real de Hikaru
A série deixa no ar uma pergunta central: Hikaru está realmente morto? Há pistas visuais e narrativas de que seu “eu” original possa estar apenas adormecido ou aprisionado, com a entidade usando seu corpo como hospedeiro.
Essa incerteza alimenta a complexa mistura de sentimentos da criatura: há momentos em que parece querer destruir Hikaru, e outros em que se apega às memórias e vínculos que ele deixou. Esse conflito interno é um dos pontos mais interessantes do episódio e pode ser o caminho para um clímax emocional nos próximos capítulos.
Expectativas para o Episódio 7
Com o gancho deixado, a incerteza sobre qual a verdadeira intenção da Asako, mostra que o episódio 7 promete ser um divisor de águas. A questão é se teremos um desfecho trágico ou uma reviravolta que mantenha Asako como jogadora ativa nessa trama.
Seja como for, o sexto episódio solidifica o anime como um drama de horror psicológico que não teme explorar o lado humano e emocional dos seus personagens, mesmo quando eles não são inteiramente humanos.
Foto destaque: Cena do anime “O Verão em que Hikaru Morreu”. (Reprodução/Netflix)