
Apple remove aplicativos LGBTQIA+ da China após exigência do governo chinês
No dia 11 de novembro, autoridades da China ordenaram à empresa Apple a remover os principais aplicativos de relacionamento entre pessoas LGBTQIAP+, como dito pela empresa à Wired. Os aplicativos Blued e Finka eram populares especialmente por homens homossexuais e é mais uma amostra da censura e controle que o país exerce sobre a comunidade.
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“Por ordem da Administração do Ciberespaço da China (ACC), removemos esses aplicativos das lojas chinesas”, relatou o porta-voz da Apple à Agence France-Presse (AFP). O casamento entre pessoas do mesmo gênero não é legal na China e os esforços para diminuir a liberdade da comunidade no país estão cada vez mais fortes com a atual presidência de Xi Jinping, relataram ativistas do país.

Censura e controle na China
Não é de hoje que o controle e censura no governo chinês é pontuado em diversas discussões. A medida de remover os aplicativos de namoro homosexuais entra na lista de mais um banimento, como a remoção de outros aplicativos famosos no mundo todo e banidos da China por pressão estatal, como o WhatsApp, Threads e Telegram. Aplicativos como o Grindr, o mais famoso mundialmente entre a comunidade gay, já haviam sido banidos em 2022.
Tal decisão vai de encontro com os valores de igualdade, inclusão e diversidade defendidos pela Apple e Tim Cook – CEO , assumidamente gay. “Respeitamos as leis dos países em que operamos”, acrescentou o porta-voz da empresa ao ser questionado.
Tudo isso ocorre ao mesmo tempo que órgãos reguladores da China estariam se preparando para uma fiscalização das operações da App Store em uma nova investigação liderada pela Administração Estatal de Regulação de Mercado (SAMR).
Comunidade LGBTQIAP+ chinesa
Com o casamento homoafetivo sendo ilegal na China, a comunidade LGBTQIAP+, eventos como o mês do Orgulho LGBT estão proíbidos no país desde 2021. Atualmente, apenas alguns eventos estão permitidos, como festas e bailes, o que empurra essa população para a clandestinidade em prol da sua liberdade de expressão.

Estima-se que hoje haja cerca de 70 milhões de pessoas na China Continental que se identificam como LGBTQIAP+. Essa pressão se intensificou ainda mais com a presidência de Xi Jinping, que desde sua entrada em 2013, luta duramente para sanar todo o processo e evolução que a comunidade conquistou durante esses anos.
Foto Destaque: Loja da Apple na China. Divulgação/Bloomberg