
Tensão política China–Japão afeta a indústria do entretenimento Asiático
A recente escalada na crise diplomática entre China e Japão têm afetado diretamente a indústria do entretenimento asiático. Grupos como o JO1, Japão, e o aespa, Coréia do Sul, foram afetados pela situação política da região. A tensão começou após comentários da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan.
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Na última terça-feira, 18 de novembro, o governo japonês alertou seus cidadãos que residem na China que reforcem as precauções e evitem locais com aglomeração. O alerta aconteceu no mesmo dia da chegada de um diplomata representante de Tóquio à Pequim. Porém mesmo com os esforços, as negociações não demonstraram progresso. Esse é considerado o pior episódio diplomático dos países nos anos recentes.

Confirmação do aespa em programa do Japão gerou revolta
A crise diplomática afetou diretamente artistas da indústria do entretenimento. Após o anúncio do aespa no especial de ano novo “Kōhaku Uta Gassen”, da NHK, uma petição virtual que barrasse a integrante Ningning, de nacionalidade chinesa, foi popularizada no Japão, já alcançando 50 mil assinaturas. Não foi a primeira vez que usuários japoneses demonstraram indignação pela cantora, em 2022 uma postagem de Ningning gerou revolta, ao postar um bolo em formato de de um cogumelo feito de fumaça.
De acordo com a mídia local: “O aespa se tornou um dos principais casos culturais envolvendo a tensão política entre China e Japão”. A participação do grupo no programa de ano novo também é tido como um indicador de como será o futuro da relação entre os países.

Outros artistas também foram afetados
De acordo com o Hong Kong’s Sing Tao Daily e China News Service, a plataforma de música chinesa QQ Music cancelou de forma repentina o encontro de fãs com o grupo japonês JO1, que estava programado para 17 de Novembro, na última segunda-feira. O evento aconteceria na cidade chinesa Guangzhou, a empresa se pronunciou alegando motivos de “força maior”.
Enquanto isso, artistas japoneses que residem e atuam na China estão tendo um comportamento tido como incomum, ao apoiar Pequim. A cantora japonesa Meiriya, que já apareceu em programas de variedades chineses, postou em suas redes sociais que: “A China é minha segunda casa” e enfatizou que sempre irá apoiar o país. O ator Yano Koji, famoso por performar um oficial japonês em obras chinesas, também enfatizou seu apoio ao governo chinês, pontuando que o país “redefiniu o sentido de casa”.

Tensão começou após falas do Japão sobre Taiwan
A primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, provocou o mais sério conflito diplomático em anos, ao afirmar no parlamento que uma invasão chinesa à ilha de Taiwan que apresentasse uma ameaça ao país poderia causar uma resposta militar. A fala causou revolta em Pequim, que considera a ilha apenas como uma província rebelde e a reivindica como parte de seu território.
Taiwan fez parte do território chinês até o final da Guerra-Civil Chinesa, que durou até 1949, quando o país anunciou sua independência da China continental. O governo chinês já anunciou que não descarta o uso de força militar para retomar o controle da ilha.
Foto destaque: Bandeiras de China, à esquerda, e do Japão, à direita. Divulgação/Al Arabiya