
Ativistas defendem medidas para reduzir emissões de carbono em apresentações de K-pop
A emissão de carbono ganhou destaque na indústria do k-pop no último mês, com a realização da COP30 em Belém, capital do Pará, evidenciando um movimento que vem ganhando força no meio. Grupos de ativistas debateram o impacto que eventos e shows têm causado ao meio ambiente e como reduzir seus efeitos. Durante o evento, hospedado no Brasil, a diretora do movimento Kpop4planet, Dayeon Lee, falou durante a sessão de Cultura e Entretenimento.
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Com o tema, “Fãs de K-pop pela ação climática”, Dayeon falou ao lado do ministro sul-coreano de Clima, Energia e Meio-Ambiente, Kim Sung-hwan e de Vinícius Gurtler, ministro da cultura do Brasil. Em seu discurso, a diretora enfatizou que os fãs aderiram ao movimento chamado “K-pop Carbon Hunters”, inspirado pelo filme da Netflix: Guerreiras do K-pop. De acordo com Dayeon, cerca de 4 mil fãs estão pressionando a indústria do K-pop para implementação de medidas que possam reduzir a emissão de gás carbônico em eventos e shows.

Ativistas e políticos debatem sobre shows e eventos sustentáveis
Durante um seminário, realizado terça-feira na Assembleia Nacional, um membro da comissão parlamentar de cultura, esportes e turismo, Park Soo-hyun, reconheceu que o crescimento da indústria acompanha novos desafios, como desde o impacto de multidões capazes de alterar o fluxo urbano até a montagem de estruturas gigantescas e questões ambientais de impacto incalculável. O legislador também pontuou que “como a influência do K-pop cresce, nós estamos cientes do aumento da demanda internacional para uma regulamentação mais sustentável”, porém, de acordo com o Soo-hyun, isso não deve afetar a popularização internacional, mesmo com o possível aumento de custo.
O seminário, conduzido pelo grupo de ativismo ambiental Kpop4planet e por oito legisladores, foi centrado na redução de carbono emitido por performances ao vivo. Duas turnês mundiais foram estudadas durante a discussão: “Music of the Spheres” do Coldplay e “Deadline” do Blackpink. Enquanto a banda, liderada por Chris Martin, incentiva a devolução das pulseiras reutilizáveis e baniu de seus eventos o uso de garrafas plásticas, o grupo coreano realiza a contabilidade de emissão de carbono em seus shows e comprou créditos de energia renovável para compensar.

Shows ao vivo representam principal motivo de emissão de carbono
A ativista do Kpop4planet, Kim Na-yeon, mencionou uma pesquisa realizada em 2008 pela organização britânica de ativismo climático, Julie’s Bicycle, em seu discurso de abertura. De acordo com o estudo, a performance ao vivo foi o principal emissor de carbono no Reino Unido em 2007,chegando a aproximadamente 75% das emissões. A quantidade ultrapassou as 400 toneladas emitidas, que equivale a 92 mil carros movidos à gasolina.
De acordo com Kim:
“Atualmente, como a crise climática já está presente em nosso cotidiano, transformar os concertos em eventos com baixa emissão de carbono significa mais que apenas reduzir os efeitos, pode levar a uma onda que mudaria a percepção de fãs, e consequentemente da sociedade, a como responder à questões climáticas“.
A fala demonstra não só a preocupação geracional que se criou em torno do clima, mas também o potencial da indústria do entretenimento para moldar comportamentos, formando públicos mais conscientes e engajados.
Foto Destaque: Show do Blackpink na turnê “Deadline”. Divulgação/YG Entertainment