
Netflix investiga acusação de maus-tratos nos bastidores de “Se a Vida Te Der Tangerinas”
“Se a Vida te Der Tangerinas”, um dos K-dramas de sucesso da Netflix protagonizado por IU e Park Bo Gum, atraiu atenção por motivos inesperados. Além dos elogios pela atuação ou pela fotografia, o drama se viu no centro de uma tempestade de acusações vindas diretamente de seus bastidores. Diversos trabalhadores, incluindo figurantes e prestadores de serviços, usaram as redes sociais para expor experiências negativas vividas durante as gravações.
Desde então, as publicações no X (antigo Twitter) viralizaram, alcançando mais de 1,5 milhão de visualizações. A repercussão colocou a produção sob investigação formal. As alegações variam entre abuso de poder, descaso com a saúde dos trabalhadores e falta de pagamento por serviços prestados.
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Netflix responde e inicia apuração
Diante da repercussão crescente, a Netflix decidiu se posicionar publicamente. Na quarta-feira (28), um porta-voz confirmou ao portal coreano News1, que a empresa iniciou uma investigação e está colaborando com seus parceiros de produção. O comunicado afirma que a plataforma pretende revisar completamente os fatos para evitar ocorrências semelhantes no futuro.
Além disso, a Netflix declarou que busca melhorar as condições de trabalho em suas produções coreanas, o que demonstra uma preocupação crescente com o bem-estar das equipes envolvidas. Apesar disso, a ausência de detalhes sobre prazos ou medidas concretas deixou parte do público insatisfeita.
Relatos expõem abusos e negligência
Os primeiros relatos vieram de um usuário que testemunhou uma cena preocupante durante uma gravação em um ônibus alugado. Segundo ele, a equipe técnica usou spray de laca industrial dentro do veículo, causando danos e desconforto. Quando questionado, um membro da equipe teria apenas minimizado o problema, sugerindo a limpeza com diluente.
Outros relatos reforçam a gravidade da situação. Um trabalhador afirmou que dirigiu para a equipe em três cidades diferentes — Jeonju, Beolgyo e Andong — em dias consecutivos. No entanto, ele não recebeu pagamento extra nem teve acesso a hospedagem ou refeições adequadas. Essas condições, segundo ele, tornaram o trabalho insustentável.
Por outro lado, figurantes relataram episódios de constrangimento e coerção. Alguns disseram que foram pressionados a cortar o cabelo sem consentimento, apenas para se adequar ao visual exigido pela produção. Outros mencionaram que a equipe de figurino proibiu o uso de roupas térmicas durante o inverno, sob a justificativa de que prejudicava o figurino nas câmeras. Ainda segundo os relatos, os figurantes recebiam apenas 30 minutos para comer em restaurantes improvisados, sem qualquer apoio.
Indústria coreana sob pressão
Apesar do orçamento estimado em 60 bilhões de KRW (aproximadamente US$ 43,6 milhões), muitos questionam como condições tão precárias puderam ocorrer. A indignação aumentou ainda mais com a constatação de que produções coreanas frequentemente sofrem com jornadas exaustivas e pouca proteção aos trabalhadores.
Portanto, o caso de “Se a Vida te Der Tangerinas” reacendeu debates sobre ética e responsabilidade na indústria do entretenimento. Enquanto a investigação continua, o público aguarda medidas concretas que garantam respeito e dignidade a todos os profissionais envolvidos em produções audiovisuais.
Foto destaque: IU e Park Go Bum os atores principais de “Se a Vida te Der Tangerinas” da Netflix (Divulgação/X/Soompi)