Caso Zhenhao Zou: Duas mulheres relatam estupros em intervalo de 24 horas
AVISO: o conteúdo abaixo é sensível, com descrição de violência sexual.
Duas mulheres afirmam ter sido drogadas e estupradas por Zhenhao Zou, em ataques ocorridos com apenas 24 horas de diferença, segundo apuração da BBC. A Polícia Metropolitana de Londres confirmou que os relatos apresentam fortes semelhanças e reforçam o padrão de crimes cometidos pelo condenado.
- Leia mais: BamBam cantará ao lado de Andrea Bocelli em concerto no Vaticano
- Leia mais: “Golden”, do filme “Guerreiras do K-Pop”, é indicado ao VMA 2025
A primeira vítima, identificada como Rachel pela reportagem, contou que conheceu Zhenhao Zou em outubro de 2022. Ele a convidou para beber em sua casa, em uma vila próxima de Dongguan, na China, e ofereceu um coquetel que a deixou incapaz de se mover. Minutos depois, ela foi estuprada.
Rachel afirmou que tentou pedir ajuda a uma amiga, mas Zou pegou seu telefone e respondeu pessoalmente às mensagens. Ele só devolveu o aparelho no dia seguinte, quando a levou de volta para casa. A jovem disse não ter denunciado o caso à polícia chinesa por medo de não conseguir provas e de sofrer estigma social. Em entrevistas, Rachel relatou culpa por não ter procurado as autoridades logo após o ataque, pois acredita que isso poderia ter evitado outra vítima.
Segundo ataque e condenação em Londres
Poucas horas depois de deixar Rachel em casa, Zhenhao Zou marcou outro encontro. A vítima, identificada apenas como Mulher D, foi drogada e estuprada em outubro de 2022. Ele filmou o crime e manteve os registros em seus dispositivos eletrônicos.
Mulher D conseguiu escapar apenas na manhã seguinte e denunciou o caso à Polícia Metropolitana de Londres em março de 2025. Em depoimento, disse que sofreu pesadelos constantes e não conseguia permanecer sozinha após o entardecer.
Investigações posteriores revelaram que Zou havia pesquisado drogas de efeito sedativo na China e comprado substâncias proibidas no Reino Unido. Durante buscas em seu apartamento em Londres, a polícia encontrou GHB — conhecido como “boa noite, Cinderela” —, câmeras espiãs e cartões de memória com vídeos dos estupros.
O inspetor-chefe Tariq Farooqi afirmou que “a escala dos crimes, que atravessaram dois continentes, faz de Zou um dos criminosos sexuais mais perigosos já levados à justiça pela Polícia Metropolitana”.
Zhenhao Zou foi condenado a prisão perpétua com possibilidade de condicional após cumprimento mínimo de 24 anos. A polícia de Londres o considera como um dos predadores sexuais mais prolíficos do Reino Unido.
Investigação contra Zhenhao Zou segue em andamento
Zhenhao Zou, que estudou na Queen’s University, em Belfast, e depois concluiu mestrado e doutorado na University College London (UCL), permanece sob investigação. A polícia britânica pede para que novas vítimas entrem em contato pelo email survivors@met.police.uk, para que elas possam ter justiça.
Ex-colegas de Zou na China também revelaram que ele buscava conselhos sobre câmeras espiãs pouco antes de sua prisão. Documentos apresentados no julgamento confirmam que ele pesquisou equipamentos de vigilância online e fez compras em sites internacionais.
Rachel, que decidiu relatar sua experiência apenas em 2025, afirmou que se tivesse tivesse entrado em contato com a polícia no dia seguinte do ataque, a Mulher D não teria se tornado mais uma vítima, ela completa dizendo que entende que a culpa é de Zou, mas que ainda se sente responsável pelo o que aconteceu depois dela.
Foto destaque: Zhenhao Zou condenado a prisão perpétua. (Reprodução/BBC NEWS)
