
China condena revogação de vistos de estudantes chineses nos EUA
A China manifestou forte oposição à recente decisão dos Estados Unidos de revogar vistos de estudantes chineses. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou nesta quinta-feira (29) que a medida, justificada por questões ideológicas e de segurança nacional, prejudica gravemente os direitos legítimos dos estudantes chineses e interrompe as trocas acadêmicas entre os dois países.
De acordo com Mao, a China apresentou representações solenes aos Estados Unidos, criticando a ação como um ato político e discriminatório. Além disso, ela destacou que essa política expõe a hipocrisia da chamada liberdade e abertura defendida por Washington. “Esse comportamento só agravará a deterioração da imagem internacional dos EUA e prejudicará sua credibilidade nacional”, afirmou Mao Ning em coletiva de imprensa.
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Governo dos EUA endurece política de vistos para estudantes chineses
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, confirmou que os Estados Unidos começarão a revogar vistos de estudantes chineses, especialmente aqueles com ligações com o Partido Comunista Chinês ou matriculados em áreas consideradas críticas para a segurança nacional. A decisão faz parte da agenda de linha-dura do governo Donald Trump em relação à imigração e à política externa com a China.

Rubio também informou que o Departamento de Estado, em colaboração com o Departamento de Segurança Interna, revisará os critérios de concessão de vistos, aumentando o rigor na análise de futuros pedidos provenientes da China e de Hong Kong. “Vamos revogar agressivamente os vistos de estudantes chineses”, declarou Rubio, reforçando o comprometimento da administração Trump com o endurecimento das políticas migratórias.
Tensão sino-americana afeta fluxo de estudantes e intensifica guerra comercial
A política norte-americana já apresenta reflexos concretos. O número de estudantes chineses nos Estados Unidos caiu de um pico de cerca de 370 mil, em 2019, para aproximadamente 277 mil em 2024. Este declínio se deve, em parte, à crescente tensão entre as duas maiores economias do mundo e ao maior escrutínio sobre estudantes chineses.

Paralelamente, a administração Trump expandiu a triagem de estudantes estrangeiros, incluindo verificações em mídias sociais, e suspendeu novos agendamentos de vistos para estudantes e intercambistas, conforme revelou um telegrama interno obtido pela Reuters. Além disso, a escalada na guerra comercial entre Washington e Pequim, que já provocou instabilidade nos mercados financeiros e prejudicou cadeias globais de suprimentos, adiciona ainda mais incertezas ao cenário econômico e diplomático internacional.
Foto destaque: Estudantes protestando em Harvard (Rick Friedman/AFP)