
Eleição presidencial na Coreia do Sul acontece nesta terça-feira
A Coreia do Sul realizará nesta terça-feira (3) uma eleição presidencial marcada por instabilidade política e grande expectativa popular. A votação ocorre após o impeachment do ex-presidente Yoon Suk Yeol, afastado por decretar a Lei Marcial em dezembro de 2024. Mais de 44 milhões de eleitores estão aptos a votar, com urnas abertas das 6h às 20h no horário local. Nomes fortes da política nacional disputam a presidência em uma eleição que promete ser acirrada até o fim da contagem.
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A votação já começou com alto engajamento. A participação no voto antecipado foi de 37,4%, uma das maiores da história recente do país. Os principais candidatos encerraram suas campanhas com apelos emocionais e discursos voltados à recuperação institucional. A contagem dos votos começa imediatamente após o fechamento das urnas e deve apontar o vencedor ainda durante a madrugada de quarta-feira. Eleitores e analistas consideram a eleição decisiva para restaurar a estabilidade política e econômica da Coreia do Sul.

Urnas abertas e expectativa de participação alta
Autoridades abriram mais de 14 mil seções eleitorais em todo o país às 6h desta terça-feira (horário local). A votação seguirá até as 20h, com horário estendido por se tratar de uma eleição extraordinária. O Congresso decidiu convocar nova eleição após afastar o ex-presidente Yoon Suk Yeol por decretar medida extrema de exceção em dezembro. A Comissão Eleitoral Nacional espera que o comparecimento nas urnas supere os 77% registrados nas últimas duas eleições presidenciais.
Cerca de 15 milhões de sul-coreanos já haviam votado de forma antecipada na quinta e sexta-feira anteriores. Outros 205 mil participaram da votação no exterior, reforçando o interesse popular pelo pleito. O alto nível de envolvimento é interpretado como sinal de busca por mudança e estabilidade. A expectativa é que o resultado seja conhecido poucas horas após o encerramento da votação.

Disputa entre oposição e conservadores marca reta final
A eleição coloca frente a frente o democrata Lee Jae-myung e o conservador Kim Moon-soo. Lee liderava as pesquisas antes do período de silêncio eleitoral, com vantagem de até 10 pontos percentuais. Por isso, ele encerrou sua campanha com atos em Seul e na cidade de Seongnam, onde iniciou sua trajetória política. Em discursos, reforçou a importância da participação popular e prometeu conduzir um governo voltado à reconstrução democrática.
Enquanto isso, Kim percorreu regiões conservadoras como Busan e Daegu antes de encerrar sua campanha na capital. Ele pediu desculpas pelo episódio do estado de sítio, que envolveu seu correligionário, e criticou duramente o adversário. Dessa forma, chamou Lee de autoritário e alertou para os riscos de centralização de poder caso a oposição vença. No fim, a troca de acusações entre os candidatos elevou a tensão na reta final.

Contagem dos votos começa na mesma noite
Equipes eleitorais vão recolher as urnas e transportá-las com escolta policial para 254 centros de apuração em todo o país. A expectativa é divulgar os primeiros resultados ainda na noite de terça-feira. Além disso, três grandes emissoras de televisão (KBS, MBC e SBS) devem divulgar pesquisas de boca de urna às 20h, logo após o fim da votação. Esses levantamentos costumam antecipar com precisão o nome do vencedor.
Em 2017, o ex-presidente Moon Jae-in foi apontado como vitorioso apenas duas horas após o início da contagem. Já em 2022, a vitória apertada de Yoon Suk Yeol foi confirmada apenas às 4h da manhã seguinte. Assim, a atual eleição pode repetir esse cenário de indefinição, principalmente se a diferença entre os candidatos for pequena.

Desafios do novo presidente incluem economia e diplomacia
Contudo, independentemente do vencedor, o novo governo enfrentará desafios imediatos. O país vive um vácuo de liderança desde o afastamento de Yoon. A agenda inclui temas delicados como relações com a Coreia do Norte, inflação e reforma do sistema previdenciário. Portanto, a crise institucional também exige articulação política para retomar a confiança da população.
No entanto, o presidente eleito precisará lidar com um Congresso dividido e movimentos sociais atentos às promessas de campanha. Por isso, analistas destacam que o primeiro ano do novo mandato será importante para definir o rumo do país. Ainda assim, o desafio será equilibrar firmeza institucional e diálogo com diferentes setores da sociedade.
Participação jovem pode influenciar desfecho
Os principais candidatos concentraram esforços nas últimas horas da campanha em regiões frequentadas por jovens eleitores. Bairros como Hongdae e Gangnam, em Seul, receberam eventos noturnos para atrair o público de 20 a 30 anos. Essa faixa etária tem potencial de decidir a eleição, sobretudo em caso de disputa apertada.
As propostas voltadas ao emprego, moradia e educação foram destaque nos discursos finais. A presença digital dos candidatos também foi intensa, com transmissões ao vivo e apelos nas redes sociais. Por outro lado, a mobilização jovem é vista como fator de equilíbrio em um cenário polarizado. O impacto desse voto será conhecido nas primeiras horas desta quarta-feira (4).
Foto Destaque: Cartazes de campanha dos candidatos. Divulgação/Yonhap