
EUA pode obter terras de bases militares na Coreia do Sul; entenda
Durante sua primeira cúpula com o presidente sul-coreano Lee Jae Myung em Washington, EUA, Donald Trump levantou um tema polêmico: a propriedade das terras usadas pelas Forças Armadas dos Estados Unidos na Coreia do Sul.
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Trump afirmou que gostaria de “pedir que nos deem a propriedade da terra onde temos o grande forte”, em referência a uma das maiores bases militares americanas fora do território dos EUA. Hoje, cerca de 28.500 soldados americanos estão estacionados na península dentro do acordo de defesa bilateral.

A declaração abriu debate sobre a legalidade e a intenção real do pedido. Analistas avaliam que a fala representa mais pressão política e econômica sobre Seul do que uma proposta concreta de transferência de soberania.
O que diz o acordo entre EUA e Coreia do Sul
O Acordo sobre o Status das Forças (SOFA), assinado em 1966, determina que a Coreia do Sul concede o uso das terras para fins militares americanos. Essa concessão não equivale a arrendamento ou transferência de propriedade.
Segundo Wi Sung-lac, conselheiro de segurança nacional de Lee, as áreas são cedidas temporariamente e retornam à Coreia do Sul quando deixam de ser usadas. A soberania da terra permanece com Seul.
Especialistas ressaltam que transformar concessão em posse definitiva seria politicamente inviável e legalmente impossível, além de reduzir a flexibilidade estratégica das tropas dos EUA na península.
Pressão por mais gastos de defesa
A fala de Trump ocorre em meio à negociação do Acordo de Medidas Especiais, que define a divisão de custos para manter as tropas americanas na Coreia do Sul. A capital coreana paga atualmente 1,52 trilhão de wons, cerca de 5,9 bilhões de reais por ano, valor que já representa aumento em relação a 2023. Trump pressiona por uma participação ainda maior da Coreia, em linha com sua visão de alianças como transações comerciais.

Apesar da controvérsia, a cúpula reforçou a aliança de 72 anos entre os dois países. Trump e Lee discutiram cooperação em defesa, comércio e energia nuclear, além de manter aberta a possibilidade de diálogo com a Coreia do Norte.
Trump declarou que pretende se encontrar novamente com Kim Jong-un, enquanto Lee defendeu uma “aliança pragmática” que combine segurança com desenvolvimento econômico.
Foto destaque: Trump e Lee Jae Myung durante encontro em Washington, EUA. (Reprodução/Yonhap)