Korean Magazine BR

Gun-E

EXCLUSIVO: Gun-E fala da sua conexão com o Brasil no álbum “Rio”

No dia 11 de julho, os artistas Gun-E e Gson lançaram um álbum completo intitulado “Rio”. O projeto conta com 9 faixas, sendo três delas com títulos em português. As músicas apresentam uma mistura única de estilos, destacando a versatilidade dos dois artistas. Além disso, o álbum reflete a conexão entre a cultura brasileira e a coreana, criando uma atmosfera envolvente e inovadora.

Jo Gunhee, mais conhecido por Gun-E,  já esteve no Brasil em fevereiro deste ano. Ele participou da turnê “Dear Summer Tour in Brazil”, ao lado de Gson e Lowell Straight. Durante a tour, os artistas encantaram o público com apresentações cheias de energia. Foi uma experiência marcante para os fãs brasileiros, que puderam sentir de perto o talento e a conexão dos artistas.

E, para celebrar o lançamento do álbum “Rio”, a Gun-E Global e a Korean Magazine BR se uniram para uma entrevista exclusiva com Gun-E. Além disso, Gun-E compartilhou o impacto que a cultura brasileira teve no desenvolvimento do álbum.

A essência de Gun-E

Sabemos que a sua música tem um estilo único, mas para quem está começando a te conhecer agora, como você descreveria sua essência musical?

Gun-E: Ouça a minha voz! Essa é a minha identidade musical.

Cada música tem sua própria história e mensagem. Pensando em todas que você já lançou, existe alguma que tenha um significado especial? Você poderia nos contar a história por trás dela?

Gun-E: “Toy Girl”. Sem essa música, eu não teria sido conhecido pelo mundo. Foi a faixa que me apresentou ao público. Ah, e algumas pessoas acabam se confundindo e acham que é baseada na minha história real, mas é uma sátira. Você sabe como rappers geralmente estão rodeados por muitas mulheres? Eu sempre achei isso um pouco ridículo. A ideia de alguém se gabar de quantas pessoas ele diz “eu te amo”, só porque não encontrou o amor verdadeiro—essa imagem falsa foi o que eu queria satirizar através da música.

Todos têm um começo e uma trajetória, e sabemos que a sua não foi diferente. Olhando para trás, como sua jornada na música começou? Houve algum momento decisivo que te levou a seguir esse caminho?

Gun-E: Foi quando entrei na universidade e me juntei a um clube. Eu não sabia nada sobre música antes disso. Eu só me aproximei das pessoas do clube, e foi tão divertido passar o tempo com elas. Isso me puxou para a música, e com o tempo comecei a levar isso mais a sério. Essa experiência realmente me moldou.

A música é sempre uma troca de influências, e sabemos que muitos artistas te inspiraram. Quais foram aqueles que mais impactaram o seu trabalho, tanto no cenário coreano quanto internacional?

Gun-E: Ah, essa é difícil porque são muitos! Se eu tivesse que escolher um, seria com certeza o BIGBANG. Eles foram tudo para mim quando eu era mais jovem. Eu costumava tentar copiar muito as melodias e as músicas deles. Então, em termos de inspiração, eles me influenciaram bastante.

A conexão de Gun-E e o Brasil

Sabemos que você tem uma conexão especial com o Brasil. Mas, no início, o que foi que te fez criar esse carinho tão forte pelo nosso país?

Gun-E: Meu amor pelo Brasil na verdade começou com “Toy Girl”. À medida que essa música ganhou atenção, os ouvintes brasileiros começaram a me reconhecer—e o apoio deles foi incrível. Eu realmente me sinto em dívida com o povo do Brasil. Eu ainda digo isso: o Brasil me salvou. Sou genuinamente grato.

A cultura brasileira é rica e cheia de nuances. Existe algo específico sobre a cultura brasileira que você admira? (comida, música, futebol, etc.)

Gun-E: Futebol. Eu realmente amo futebol. Mesmo antes de ser conhecido no Brasil, eu já tinha camisas e outros acessórios brasileiros. E admiro profundamente a mentalidade positiva do povo brasileiro. Ainda tenho muito a aprender com isso. Sempre que me faltou confiança, foram os fãs brasileiros que me deram coragem. Por isso, sempre tento tratar o povo brasileiro ainda melhor quando os encontro na Coreia.

Seus fãs brasileiros são uma parte essencial dessa história. Como você descreve o impacto deles na sua vida e na sua carreira? O que os fãs brasileiros significam para você? 

Gun-E: Eles significam tudo para mim. Como eu disse no show do Rio, na minha carreira musical, o Brasil veio antes da Coreia. Então, é claro que o Brasil é o número um no meu coração.

EXCLUSIVO: Gun-E e sua conexão com o Brasil no álbum “Rio”
Foto: Divulgação/Exclusiva Gun-E

Quando você pensa no impacto que quer ter, qual sentimento ou mensagem você espera que os ouvintes levem ao escutar suas músicas?

Gun-E: Se tem uma coisa que eu pediria aos ouvintes, é para lerem as letras. Eu coloco tanto esforço na minha escrita. Meus fãs mais fieis realmente amam as letras também. Se você as ler, acho que vai entender minhas emoções e expressões de forma muito mais clara.

Falar sobre o nome do seu fandom é sempre uma curiosidade. Como surgiu a ideia de chamar seus fãs de “Fifis”?

Gun-E: Hahahaha, na verdade, “Fifis” veio de um apelido que meus fãs me deram—”Fifi”. Eu nem sei o porquê, talvez porque eu sempre verifico como eles estão, falo com eles primeiro e até dou uma olhada nos perfis deles no Instagram. Sempre vi meus fãs como amigos e queria saber mais sobre eles. Então, eu simplesmente nomeei o fandom de “Fifis”. É legal quando uma história interna como essa vira o nome do nosso fandom—isso nos faz sentir mais próximos.

A jornada de um artista é cheia de desafios e aprendizados. Que conselho você daria para os jovens que estão começando agora na música?

Gun-E: Hmm… Não tenho certeza se estou em uma posição para dar conselhos, já que ainda não me considero um artista super bem-sucedido. Mas uma coisa que eu gostaria de dizer é que notei que alguns artistas agora veem o Brasil como um caminho fácil para o sucesso, só por causa da minha história. Eu espero que eles não tratem o Brasil assim. Eu levei muito tempo para ganhar reconhecimento lá. Eu tive que conquistar isso através da minha música. Se você realmente gosta do povo brasileiro, é aí que você deve começar a tentar se conectar com eles. O Brasil é um país incrível. Espero que mais artistas coreanos vejam o Brasil como um verdadeiro amigo, não apenas um degrau.

De “Fifis” para Gun-E

Para dar um toque ainda mais especial a entrevista, selecionamos algumas perguntas que seus fãs fizeram.

Como foi descobrir que um país do outro lado do mundo amava tanto o seu trabalho, e como foi vir para cá em turnê com seus amigos e experimentar esse carinho de perto?

Gun-E: Foi como um sonho. O Lowell e o Gson me disseram a mesma coisa—foi tudo tão surreal. Desde pequeno, realizar shows no exterior parecia um sonho impossível. E ainda assim aconteceu. Alguns fãs até me esperaram no aeroporto por sete horas. Outros me deram presentes incrivelmente pensativos. Eu realmente não consigo descrever em palavras… Eu poderia ter morrido feliz naquele momento. Foi o quanto isso significou para mim. Sou muito grato.

Tem algum álbum ou música que você tem ouvido ultimamente e que tem te tocado de forma especial? Quais são seus artistas e músicas favoritas?

Gun-E: Deixa eu te apresentar alguns álbuns que realmente me inspiraram:

  • Keshi – Requiem
  • Ariana Grande – My Everything
  • The Kid LAROI – FCK LOVE 3
  • Juice WRLD – Legends Never Die
  • Justin Bieber – Justice

Tem mais, mas vou parar por aqui antes que isso fique longo demais hahaha

Ser um artista tem suas partes boas e difíceis. Refletindo sobre sua trajetória, qual a melhor e a pior parte de se tornar um artista? 

Gun-E: A melhor parte é ser amado. Meus fãs constantemente me lembram de que sou alguém digno de amor. Isso me dá forças e tira a dúvida, porque sei que tenho pessoas do meu lado. A parte mais difícil é sentir que sempre preciso fazer algo melhor—criar algo maior do que antes. Tem momentos em que fico decepcionado comigo mesmo, tipo “eu poderia ter feito mais”. É difícil convencer os outros com seus próprios pensamentos e trabalhos, mas ainda assim, estou feliz.

Se você pudesse voltar no tempo e conversar com o Gun-E do início da carreira, o que você diria a ele naquele momento?

Gun-E: “Você está fazendo algo agora que ainda nem consegue sonhar. Agora, você está se apresentando para menos de cinco pessoas, sem receber nada, sendo ignorado regularmente, e parece que todo mundo, menos você, está tendo sucesso. Mas um dia, você estará se apresentando no Brasil—um país que você nem ousou sonhar. Então, aguenta firme!”

O futuro é sempre algo que nos intriga. Olhando para os próximos anos, como você se imagina daqui a 10 anos?

Gun-E: Daqui a 10 anos? Hmm… Honestamente, não faço ideia. Mas espero estar me apresentando no Brasil, deitado nas areias da praia de Ipanema, tomando água de coco e curtindo a vida. Quero comer com os fãs brasileiros, compartilhar conversas e sair com os amigos. Espero poder aproveitar o Brasil dessa forma.

EXCLUSIVO: Gun-E e sua conexão com o Brasil no álbum “Rio”
Foto: Divulgação/Exclusiva Gun-E

Entre tantas delícias que o Brasil tem, qual foi o prato ou comida que você se apaixonou de cara? E o que te marcou mais na experiência gastronômica por aqui?

Gun-E: Eu fiquei viciado em Guaraná. Mesmo depois de voltar para a Coreia, continuei procurando, mas é tão caro aqui! Felizmente, um fã que visitou a Coreia trouxe para mim, então estou sobrevivendo agora. E o Churrasco… isso é comida feita por Deus ou o quê? Eu ainda não consigo esquecer. Por favor, alguém me entrega isso! Eu realmente amo comida brasileira. Sinto muita falta.

Se você pudesse escolher entre voltar ao passado ou descobrir o futuro, o que escolheria? E por quê? 

Gun-E: Eu escolheria ver o futuro. Estou realmente curioso para saber o que vem a seguir! Eu me pergunto se vou conseguir fazer uma turnê por toda a América Latina!

Reflexões finais

Como foi a reação da sua família quando souberam que você queria ser rapper?

Gun-E: Na verdade, eu compartilhei isso durante a turnê no Brasil. Minha mãe não sabia que eu era tão conhecido. Mas ela me apoiou. Embora, para ser honesto… eu acho que ela ainda não acredita totalmente nisso, mesmo agora hahaha.

O álbum “Rio” traz uma parte de você que se conecta com o Brasil de uma forma profunda. Quais foram as inspirações que guiaram sua criação e o que ele representa para você?

Gun-E: “Rio” foi inspirado pela cidade do Rio e pela minha experiência na turnê pelo Brasil. Para nós, o Brasil sempre pareceu uma terra distante e imaginária do outro lado do mundo. Eu queria documentar esses sentimentos em detalhes. Também tentei incluir sons que os brasileiros gostam. Meu objetivo é que o povo brasileiro curta esse álbum—e mais do que isso, quero que as pessoas do Rio sintam que esse é um álbum que realmente representa a cidade deles.

B0DB4996 31A8 4695 9AEE 35B1107A796A
Foto: Divulgação/Exclusiva Gun-E

Por fim, sabemos que o Brasil é um lugar especial para você. Podemos esperar sua volta em breve? Alguma surpresa que você possa nos contar?

Gun-E: É um segredo… mas sim, vai acontecer.

A trajetória de Gun-E prova que a música conecta culturas e corações. Sua gratidão genuína pelo Brasil reflete sua visão única sobre a música. Ele nos deixou uma reflexão importante sobre o que realmente importa: a autenticidade. Com novos desafios e planos, a expectativa cresce para os próximos passos dessa jornada musical.

Foto destaque: Gun-E para Toy Girl/MelOn