
Kim Moon-soo anuncia candidatura à presidência da Coreia do Sul
O ex-ministro do Trabalho da Coreia do Sul, Kim Moon-soo, anunciou nesta quarta-feira (9), pelo horário da Coreia, sua candidatura à presidência da República. A decisão foi oficializada durante uma coletiva de imprensa no Congresso Nacional, após sua filiação ao partido conservador. No evento, Kim fez duras críticas a seu principal adversário, Lee Jae-myung, do Partido Democrata, e afirmou que sua candidatura representa uma alternativa ética e reformista.
- Leia Mais: Ministro do Comércio vai a Washington para negociar taxa recíproca
- Leia Mais: Coreia do Sul marca eleição presidencial antecipada para junho
“Para enfrentar o réu Lee Jae-myung, o mais adequado sou eu, Kim Moon-soo, de mãos limpas”, declarou. Lee responde a 12 acusações criminais na Justiça, o que, de acordo com Kim, compromete sua legitimidade para liderar o país. Além disso, o ex-ministro ainda acusou o adversário de conduzir a Coreia do Sul à desordem, sustentado por discursos populistas e políticas alinhadas a regimes autoritários.

Discurso conservador e nacionalista marca lançamento da candidatura
O anúncio de Kim Moon-soo foi marcado por um tom conservador e nacionalista. O ex-ministro atacou setores que, em sua visão, representam uma ameaça à democracia liberal sul-coreana. Criticou o que chamou de “forças pró-Coreia do Norte e anti-EUA” e defendeu uma agenda que reforce os valores tradicionais do país.
“Não recuarei diante de quem tenta destruir nossa identidade nacional com guerras ideológicas”, disse. O candidato prometeu restaurar os fundamentos da Coreia do Sul como uma democracia sólida e independente, ampliando a segurança nacional e a estabilidade econômica.
Kim também comentou o impeachment do ex-presidente Yoon Suk-yeol. Embora tenha reconhecido a legitimidade do processo, afirmou sentir “dor e responsabilidade” como ex-integrante do governo. Para ele, o momento exige reconstrução e unidade nacional. “Vamos lutar novamente e vencer”, afirmou, apelando à mobilização de eleitores insatisfeitos.

Resposta ao apelo popular e propostas de coalizão
Ao explicar por que decidiu disputar a presidência, Kim disse ter sido motivado pela manifestação espontânea de apoio popular durante a crise política. De acordo com ele, o apoio recebido durante o impeachment revelou uma sede de liderança que o impulsionou a aceitar o desafio. Assim, o ex-ministro defendeu a formação de uma grande coalizão para superar o atual cenário de fragmentação partidária.
“Devemos fazer tudo o que for necessário para o bem do país, mesmo que isso envolva alianças amplas”, disse, ao sinalizar que está aberto a negociações políticas para garantir estabilidade institucional.
Contudo, apesar do discurso duro contra a oposição, Kim adotou tom conciliador ao propor um novo começo. Enfatizou que é hora de superar os erros do passado e avançar com uma agenda comum para o futuro. “A população espera uma nova perspectiva, não mais divisões”, afirmou.

Reformas econômicas, previdência e inteligência artificial
Entre as promessas de campanha, Kim Moon-soo destacou a transformação econômica como prioridade. Ele propõe reformas profundas no sistema de capital, nas relações de trabalho e na adoção de tecnologias de ponta. Além disso, seu plano prevê levar a Coreia do Sul à liderança global na área de inteligência artificial (IA), tornando o país parte do seleto grupo “G3” — termo usado para se referir às três maiores potências tecnológicas do mundo.
O ex-ministro também defendeu a reforma da previdência nacional e a criação de um sistema educacional baseado em aprendizado personalizado por IA. Para ele, essa medida ampliaria a eficiência do ensino e, assim, prepararia as novas gerações para o mercado digital.
Outras propostas incluem a revisão do atual modelo de saúde, que segundo ele tem gerado insatisfação na população. Kim quer revisar integralmente as mudanças recentes e implementar um novo sistema. Ele também prometeu ampliar o seguro-desemprego e criar mecanismos para estimular o retorno ao mercado de trabalho, além de fortalecer a seguridade básica.
Segurança nacional e defesa como prioridades estratégicas
A segurança nacional é outro ponto central da candidatura de Kim Moon-soo. Ele defende medidas rígidas para enfrentar a ameaça nuclear da Coreia do Norte, incluindo o desenvolvimento de submarinos nucleares e a aquisição de tecnologia para reprocessamento de combustível atômico. A meta é fortalecer a capacidade de dissuasão do país e garantir a soberania nacional.
Em relação às relações internacionais, o ex-ministro quer renegociar com os Estados Unidos os custos de defesa e questões relacionadas ao uso de energia nuclear. Kim afirma que pretende estreitar a aliança entre Seul e Washington para enfrentar desafios geopolíticos, principalmente os que envolvem a China.
Por fim, o candidato defende uma emenda constitucional que represente os anseios da população, mantendo a eleição presidencial direta e aprimorando o sistema político. A proposta será debatida com diversos setores da sociedade, segundo ele, para garantir legitimidade e participação ampla.
Foto Destaque: Kim Moon-soo entregou sua ficha de filiação na Assembleia Nacional. Divulgação/Yonhap