
Menino de 4 anos morre após recusa de socorro; Justiça coreana aplica apenas multa aos médicos
Na última segunda-feira, 27 de outubro, três médicos do Hospital da Universidade Nacional de Pusan em Yangsan foram multados pela justiça coreana em 5 milhões de wons (aproximadamente R$ 19 mil) pela morte de um menino de quatro anos em 2020. A justificativa da multa se deu pela negligência sofrida pela criança em um tratamento de emergência em outubro de 2019, aproximadamente cinco meses após o incidente.
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Em outubro de 2019, o jovem Kim, de apenas quatro anos, estava inconsciente e foi levado às pressas para o Hospital Universitário de Yangsan. Cinco minutos antes de chegarem, os paramédicos do serviço 119 contataram o hospital, pedindo por um procedimento de urgência. No entanto, um médico que estava de plantão durante o momento, identificado como “doutor A”, falou para a ambulância procurar outro hospital, alegando que já estavam ocupados realizando a reanimação de outro paciente.

Atraso agravou ainda mais o estado de Kim
Devido à recusa, a ambulância seguiu para o hospital mais próximo, cerca de 20 quilômetros de distância do local em que estavam. Em investigação posterior, a justiça chegou a conclusão de que a recusa teria sido injustificada, pois não havia nenhum paciente sendo tratada de forma emergencial no hospital.
Como resultado, Kim recebeu tratamento de suporte à vida no segundo hospital, porém, após cinco meses de tentativas de reanimação, a criança veio a falecer em março do ano seguinte, em 2020. A corte da região se pronunciou dizendo:
Sem causa justificável, o réu declinou o pedido de emergência, fazendo com que a vítima, que estava passando por uma parada cardíaca, não pudesse receber tratamento de emergência há apenas cinco minutos do hospital”.
O médico “Doutor A” foi multado por violar o ato de emergência médica.
Outros dois médicos multados por falhas no procedimento
No mesmo dia, o “Doutor B”, de 41 anos, que também trabalhava no Hospital Universitário de Pusan, também foi multado em cinco milhões de wons. O médico realizou uma cauterização em Kim duas semanas antes do incidente, devido a uma hemorragia após cirurgia de retirada das amígdalas. A justiça alegou que o paciente não recebeu o tratamento devido, sendo considerado apenas um paciente de rotina.
O “Doutor C”, de 45 anos, também foi multado, na mesma quantia que os demais. O médico trabalhava como médico de emergência no hospital em que Kim foi levado após ser recusado. O doutor foi acusado de não ter tratado o paciente diretamente enquanto trabalhava como médico substituto, não tendo o levado ao seu prontuário médico.
O juiz Kim Eon-Ji, do distrito de Ulsan, responsável por aplicar as multas aos médicos, alegou que: “Por mais que houveram falhas dos médicos no procedimento emergencial, não era possível concluir que a fatalidade foi responsabilidade dos mesmo, porém não há como isentá-los de culpa.”
A mãe de Kim, que estava no julgamento, demonstrou indignação com a fala do juiz, ao não considerar os médicos como culpados e que espera que o promotor recorra e que haja uma punição razoável no julgamento do recurso. O hospital universitário também foi multado em 10 milhões de wons (R$ 37 mil) por negligência médica.
Foto Destaque: Faculdade de medicina de Busan. Divulgação/News 1