Foto destaque: Arquiteto chinês Kongjian Yu (Foto /Divulgação/Instagram/@kongjianyu_turenscape)
A morte do renomado arquiteto e paisagista chinês Kongjian Yu foi confirmada nesta quarta-feira (24), após a queda de um avião de pequeno porte na zona rural de Aquidauana, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Conhecido como o criador do conceito de “cidades-esponja” e referência mundial em urbanismo sustentável, Yu estava acompanhado de mais três pessoas: o piloto e proprietário da aeronave, Marcelo Pereira de Barros, e os cineastas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr. Não houve sobreviventes.
A tragédia ocorreu na noite de terça-feira (23), quando a aeronave modelo Cessna, prefixo PT-BAN, arremeteu durante a tentativa de pouso na pista da Fazenda Barra Mansa, uma área turística da região. O avião explodiu ao atingir o solo, sendo consumido pelas chamas. Funcionários da fazenda presenciaram o acidente e usaram caminhão-pipa e trator para conter o fogo. As causas da queda ainda estão sob investigação da Polícia Civil, da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Nascido em 1963, na vila Dongyu, província de Zhejiang, na China, em uma família de agricultores, Kongjian Yu se tornou um dos arquitetos mais influentes da atualidade. Professor da Universidade de Pequim e fundador do escritório Turenscape, criado em 1998 e considerado um dos maiores do mundo, ele acumulava prêmios internacionais, mais de 20 livros e 300 artigos científicos.
Formado em arquitetura paisagística pela Universidade Florestal de Beijing e doutor pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Yu ficou conhecido pelo desenvolvimento das chamadas “cidades-esponja”. A proposta, inspirada em sua vivência no campo, consiste em transformar áreas urbanas em espaços capazes de absorver grandes volumes de água da chuva, reduzindo enchentes e evitando colapsos em sistemas de drenagem.
O conceito ganhou força em 2012, após uma tragédia em Pequim que deixou quase 80 mortos em decorrência de chuvas intensas. Na ocasião, Yu destacou que a Cidade Proibida, erguida séculos antes com técnicas naturais de drenagem, permaneceu intacta, em contraste com o colapso da cidade moderna. A partir dali, a China passou a investir na transformação de centenas de cidades em verdadeiras “esponjas urbanas”. Atualmente, mais de 250 localidades já aplicam o modelo, que também inspira projetos em diferentes países.
Yu esteve recentemente no Brasil como uma das atrações principais da Bienal de Arquitetura, em São Paulo, no dia 19. Após sua participação, seguiu para o Pantanal em missão acadêmica e de pesquisa, além de integrar a gravação de um documentário sobre as cidades-esponja em parceria com os cineastas brasileiros que também morreram no acidente.
De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), os corpos foram encontrados carbonizados, e a aeronave estava regularizada na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Entretanto, o piloto Marcelo Pereira de Barros não tinha autorização para realizar táxi aéreo, e o avião estava homologado apenas para voos visuais diurnos.
As vítimas foram identificadas como:
O local do acidente, a Fazenda Barra Mansa, é uma das mais conhecidas do Pantanal, atraindo turistas do Brasil e do exterior. Funcionários relataram que a aeronave tentou arremeter antes da queda, mas perdeu sustentação e colidiu com o solo.
A morte de Kongjian Yu provocou reações de autoridades brasileiras e internacionais. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) lamentou profundamente a tragédia, ressaltando o arquiteto como “referência mundial nas cidades-esponja”. A deputada federal Camila Jara (PT-MS) afirmou que o Pantanal “está de luto” e destacou a importância do trabalho que ele realizava na região.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também se pronunciou. “Suas contribuições notáveis para o urbanismo sustentável, a preservação da biodiversidade e a proteção do planeta continuarão inspirando todos que se dedicam à causa ecológica”, declarou.
O grupo BRICS, que reúne Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, publicou nota de pesar classificando a morte do arquiteto como “uma enorme perda para o planeta”. A organização destacou seu “legado inestimável para a sustentabilidade do mundo”. Além das manifestações políticas, entidades acadêmicas e ambientais ressaltaram a relevância da obra de Yu, que influenciou políticas públicas e inspirou uma nova geração de arquitetos e urbanistas.
A morte de Kongjian Yu e dos cineastas brasileiros representa um golpe duro para a comunidade acadêmica, ambiental e cultural. Enquanto Yu deixava um legado marcado por soluções inovadoras diante da crise climática e urbana, Ferraz e Crispim contribuíam para a difusão de narrativas críticas por meio do cinema documental.
O arquiteto, que costumava dizer que aprendera a trabalhar com a natureza ainda jovem, em sua pequena vila na China, encerra sua trajetória em terras brasileiras, justamente em um dos ecossistemas mais ricos do mundo, o Pantanal. Sua morte, junto às demais vítimas, reforça o luto compartilhado por diferentes áreas do conhecimento e da sociedade.
Com a investigação em andamento para esclarecer as causas da queda da aeronave, permanece a lembrança de um dos maiores arquitetos contemporâneos, cuja visão transformadora continuará a inspirar projetos urbanos em todo o mundo.
Foto destaque: Arquiteto chinês Kongjian Yu (Foto /Divulgação/Instagram/@kongjianyu_turenscape)
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