
Promotores coreanos indiciam fã japonesa por assédio a Jin, do BTS
Promotores da Coreia do Sul indiciaram uma mulher japonesa, de aproximadamente 50 anos, sob a acusação de assédio sexual contra Jin, integrante do BTS. A denúncia formal, feita pela Promotoria do Distrito Leste de Seul, afirma que a fã beijou inesperadamente o cantor durante um evento oficial realizado em 13 de junho de 2024, um dia após o artista concluir seu serviço militar obrigatório.
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O caso ocorreu durante um “free hug”, parte da programação do 2024 Festa — Jin Greeting, que reuniu cerca de mil fãs no Jamsil Indoor Stadium, na capital sul-coreana. Segundo os promotores, a fã teria encostado os lábios na bochecha de Jin no momento do abraço, ultrapassando os limites do consentimento estabelecidos pelo evento.

Imagens registradas por fãs mostraram Jin recuando imediatamente após a aproximação inesperada, o que provocou forte reação on-line. Em poucos minutos, o vídeo se espalhou pelas redes sociais e gerou um debate acalorado sobre segurança de artistas, condutas inadequadas em eventos de fandom e vulnerabilidade em espaços públicos lotados.
A repercussão levou um internauta a registrar uma queixa formal por assédio sexual em espaço público — categoria prevista no Artigo 11 da Lei de Punição a Crimes Sexuais da Coreia. A legislação estabelece pena de até um ano de prisão ou multa de até 30 milhões de won, dependendo da gravidade do ato e do entendimento do tribunal.
Investigação foi suspensa e reaberta após retorno da suspeita ao país
A polícia inicialmente suspendeu a investigação em março, alegando dificuldade em convocar a suspeita, que residia no Japão. No entanto, com sua entrada recente na Coreia do Sul, a mulher se apresentou voluntariamente às autoridades, permitindo que o caso avançasse para a fase de acusação formal.

A Promotoria confirmou que o processo seguirá para julgamento na 9ª Vara Criminal do Tribunal do Distrito Leste de Seul, onde serão avaliadas evidências como vídeos gravados por fãs, depoimento da vítima e a análise da intenção da acusada.
Especialistas destacam gravidade legal e possíveis consequências
Juristas consultados pela imprensa local afirmam que, embora o evento fosse baseado em contato físico consentido — o abraço — não havia qualquer autorização para beijo ou toque não solicitado no rosto. Segundo o advogado Jeong Tae-won, especialista em crimes sexuais, trata-se de um ato que ultrapassa os limites do free hug e configura violação da autodeterminação sexual.
Ele também destacou que, embora a mulher tenha nacionalidade japonesa, crimes cometidos em território sul-coreano são julgados pelas leis locais, o que pode resultar em condenação criminal, além de possível deportação ou proibição de entrada futura no país.

A denúncia chega em um momento em que a indústria do K-pop discute novas regras de segurança em encontros presenciais, especialmente após o retorno de artistas do BTS ao cenário público. O caso reacende debates sobre limites, responsabilidade dos organizadores e a necessidade de reforçar políticas de proteção tanto para artistas quanto para fãs.
Foto destaque: Jin, do BTS (Reprodução/Instagram)