
Sem mangá nem novel: Entenda a origem de To Be Hero X
Em um mar de adaptações, To Be Hero X surge como exceção. Produzido por Aniplex, BeDream e Bilibili, o anime chinês vem chamando a atenção por não seguir o caminho tradicional dos títulos baseados em mangás ou novels. Em vez disso, aposta todas as suas fichas em um universo autoral, criado do zero, onde cada episódio entrega uma experiência audiovisual feita sob medida para o formato animado.
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A ausência de material impresso gerou curiosidade. Afinal, de onde vem a história? Existe um mangá escondido em alguma plataforma chinesa? A resposta é simples: não. To Be Hero X é uma obra 100% original, nascida exclusivamente para o streaming. Essa decisão criativa impacta diretamente na forma como o público consome a narrativa — sem spoilers, sem capítulos prévios, apenas o mistério do que vem a seguir.

A mente por trás do fenômeno
O responsável por essa ousadia é Li Haolin, nome conhecido entre os fãs de donghua por sua direção em Link Click. Em To Be Hero X, ele volta a explorar temas existenciais, porém com uma nova roupagem: um universo onde o poder dos heróis depende da fé coletiva. Ou seja, quanto mais o público acredita em um herói, mais fortes se tornam suas habilidades. Essa lógica abre espaço para críticas sociais e reflexões sutis sobre idolatria, influência e percepção pública .
A trama gira em torno de um torneio global onde os maiores heróis competem entre si. Assim, cada episódio apresenta um novo personagem, com sua história, motivações e poderes únicos. O ápice será a aguardada aparição de “X”, o herói mais poderoso da série, cuja identidade completa só será revelada no episódio final, marcado para 14 de setembro de 2025. Diferente de outros animes que seguem arcos longos e lineares, To Be Hero X é uma espécie de antologia animada, com episódios quase independentes, mas entrelaçados por um objetivo em comum: destronar o campeão.
Experiência além da tela
Embora não tenha mangá, a produção oferece conteúdos adicionais em forma de PVs (vídeos promocionais), teasers e clipes que mergulham mais fundo no passado dos heróis. Esses materiais, lançados por plataformas como Bilibili, ampliam o universo da série e funcionam como peças complementares ao quebra-cabeça principal. Contudo, os fãs mais atentos também já notaram que To Be Hero X está repleto de easter eggs e pistas visuais. Detalhes escondidos em animações, letras de música e objetos de cena alimentam teorias nas redes, especialmente sobre o futuro de personagens como Nice — um dos queridinhos do público.
To Be Hero X não tenta ser mais do mesmo. Pelo contrário, desafia o espectador a abandonar a zona de conforto e abraçar o inesperado. Sem base literária, a série é livre para experimentar — seja no roteiro, na estética ou na forma como entrega suas mensagens. Para quem cansou das fórmulas repetidas dos animes shonen ou das adaptações previsíveis de novels, esse donghua é um convite para explorar um novo tipo de narrativa. Uma onde o herói só é forte se acreditarmos nele. E onde, no fim das contas, a fé do espectador talvez seja o verdadeiro protagonista. No Brasil, a obra está disponível no Crunchyroll.
Foto Destaque: personagem do anime chinês “To Be Hero X”. Divulgação/Aniplex