
Coreia do Sul pode barrar influenciadores estrangeiros por comentários ofensivos
A Coreia do Sul está de olho nos conteúdos de estrangeiros que estão criando conteúdo sobre o país. O Ministro da Justiça, Jung Sung-ho, durante uma reunião do gabinete, informou que pretende tomar medidas para restringir a entrada de influenciadores que realizam ou realizaram comentários pejorativos ao país.
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Segundo o ministro, a iniciativa busca conter a disseminação de discursos de ódio e proteger a imagem do país no exterior. “Vamos analisar medidas abrangentes para restringir a entrada de estrangeiros que expressem ódio contra a Coreia do Sul vindos do exterior”, disse Jung. Isso ressalta que palavras e postagens têm consequências graves e que o comportamento online de criadores estrangeiros pode ser levado em consideração no processo de imigração.
Casos anteriores
No ano passado a Coreia do Sul enfrentou com muitos comentários e conteúdos depreciativos vindos de um streamer estadunidense que segue com o pseudônimo Johnny Somali. O mesmo publicou inúmeros vídeos desrespeitando monumentos históricos do país, como foi o caso da estátua feita em homenagem as mulheres sul-coreanas submetidas a violência sexual durante a Segunda Guerra Mundial, em que ele se gravou profanando o monumento.

Apesar de ter postado um pedido de desculpas, o criador de conteúdo foi indiciado pelo governo coreano decorrente de outro ato de “comoção” em uma loja de conveniência. Caso seja condenado, o streamer pode levar até cinco anos de prisão. O comportamento reiterado do influenciador serviu de alerta para o governo, que passou a discutir formas de conter publicações consideradas odiosas sobre o país.
O que representa para a Coreia do Sul?
O intuito do ministro Jung Sung-ho frente a essa proposta é evitar com que comentários depreciativos sejam propagados. Criadores que desrespeitarem o país poderão ser deportados, caso já estejam em território sul-coreano, ou ter sua entrada negada em futuras viagens. Além de uma questão de imagem, a proposta mostra a tensão entre liberdade de expressão e responsabilidade digital .
Se implementadas, as medidas podem inaugurar um modelo que pode influenciar outras nações, no qual a liberdade de criação de conteúdo passa a dialogar diretamente com as políticas de imigração dentro de um país.
Foto em destaque: Página do Youtube. Reprodução/ Unsplash (Christian Wiediger)