
“Guerreiras do K-pop”: A animação que surpreende na Netflix
Lançado no último dia 20 na Netflix, Guerreiras do K-pop chegou sem grandes alardes — mas rapidamente conquistou corações e visualizações. Combinando a energia do K-pop com a estrutura vibrante de uma animação, o longa surpreende tanto pela sua qualidade técnica quanto pela forma como representa a cultura pop sul-coreana de maneira divertida, respeitosa e cativante.
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No centro da trama, estão Rumi, Mira e Zoey — integrantes de um grupo feminino de sucesso que, fora dos palcos, se transformam em caçadoras secretas de demônios. Essa premissa, que poderia cair facilmente no clichê, é tratada com inventividade, ritmo ágil e um senso de humor equilibrado. A ascensão de um novo grupo rival — formado por demônios disfarçados como idols masculinos — serve como motor da narrativa, trazendo drama, ação e cenas coreografadas que mais parecem videoclipes de tirar o fôlego.

Visual deslumbrante, trilha viciante e coreografias hipnóticas
O ponto alto de Guerreiras do K-pop é, sem dúvida, a sua estética visual. A animação é fluida, colorida e cheia de brilho, capturando perfeitamente a grandiosidade dos palcos de K-pop e a intensidade dos combates sobrenaturais. As cenas de dança são dignas de clipes reais — com movimentos sincronizados, cortes dinâmicos e um uso de luz que prende o olhar. É impossível assistir sem querer dançar junto ou, pelo menos, dar replay nas cenas para tentar memorizar as coreografias.
A trilha sonora é outro espetáculo à parte. Com músicas originais interpretadas por integrantes do TWICE — um dos maiores grupos femininos do K-pop —, o filme entrega faixas pop elétricas, grudentas e emocionalmente envolventes. É aquele tipo de trilha que você ouve uma vez e já está cantarolando sem perceber. Quando o filme acaba, a vontade imediata é de voltar ao início e reviver tudo — dançando, cantando e se emocionando novamente.
“Guerreiras do K-pop” vai além da estética
Embora seja uma animação leve e voltada para o público jovem, Guerreiras do K-pop também traz, com sutileza, uma reflexão sobre os bastidores da indústria do entretenimento coreano. A correria exaustiva entre turnês, lançamentos e performances é retratada de forma metafórica — a troca dos palcos por missões perigosas é uma alegoria clara para a sobrecarga que muitos idols enfrentam.
O roteiro não aprofunda a crítica (nem é sua proposta), mas deixa entrever um universo de pressão, prazos apertados e a busca constante por perfeição. Essa camada emocional funciona como pano de fundo e dá densidade ao enredo, aproximando o filme da realidade vivida por muitos fãs e artistas que acompanham de perto a rotina do K-pop.

Um filme para todos os mundos
O mais impressionante em Guerreiras do K-pop é sua capacidade de unir gêneros e públicos. Comédia, drama, romance (mesmo que sutil), ação, fantasia e música se misturam sem soar forçados. É um filme que agrada tanto quem ama dramas asiáticos quanto quem acompanha o K-pop de perto — e, surpreendentemente, também encanta quem apenas busca uma boa animação, com um universo rico e personagens carismáticos.
Ao mesmo tempo que diverte, o filme emociona. Ao mesmo tempo que exagera, homenageia. E isso é raro. Guerreiras do K-pop é uma celebração da cultura sul-coreana — com direito a batidas pop e demônios sensuais —, mas também é uma produção que entende seu público e entrega muito mais do que se esperava. Uma verdadeira joia pop da Netflix.
Foto Destaque: Cena de “Guerreiras do K-pop”. (Reprodução/Netflix/Sony Animation)