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Professora fadigada

Professoras do ensino primário consideram abandonar carreira na Coreia do Sul

Metade das professoras de escolas primárias querem aposentadoria precoce

Cerca de 50,1% das professoras de escolas primárias em 2022 afirmam que pretendem desistir antes de atingir a idade de aposentadoria. A informação vem do relatório do Instituto de Desenvolvimento Educacional Coreano divulgado no domingo (04). O instituto estatal entrevistou 2.803 professoras de escolas primárias em todo o país em 2021 e 2022.

A pesquisa constatou que 50,1% das respondentes em 2022 disseram não ter pretensão de continuar lecionando até a aposentadoria. Assim, o resultado revelou um aumento em relação aos 40,5% do ano anterior.A proporção de professoras inclinadas a desistir foi notavelmente superior à de seus colegas masculinos, que aumentou de 30,3% em 2021 para 32,3% em 2022. Pesquisadores destacaram que a fadiga emocional desempenha um papel significativo no incremento do número de professoras que consideram a possibilidade de abandonar a profissão.

Eventualmente, este aspecto é um fator relevante que influencia tanto homens quanto mulheres a desistirem. No relatório, observou-se que afeta mais intensamente as mulheres, elevando a probabilidade de desistência em 1,44 vezes.

Fadiga emocional no trabalho docente

Nossos resultados indicam que a intenção de desistência das professoras está relacionada a fatores como o estresse disciplinar dos alunos e a fadiga emocional“, afirmaram os pesquisadores. Eles também observaram a relação entre a recente controvérsia sobre os direitos dos professores e a crescente tendência dos professores em querer desistir em 2022.

Analogamente, a morte por suicídio de uma professora de escola primária de 24 anos em julho de 2023 desencadeou uma disputa nacional sobre os direitos dos professores na Coreia do Sul. Houve alegações de que a falecida havia enfrentado estresse extremo devido a reclamações dos pais de seus alunos.


Seocho-gu, Seoul
Professora de escola primária em Seocho-gu. Reprodução/ The Korea Herald

A proporção daqueles que afirmaram ter a intenção de desistir antes da idade de aposentadoria aumentou em 5 pontos percentuais. Esse número passou de 37,5% em 2021 para 42,5% em 2022. Ao mesmo tempo, o estudo também revelou que os professores mais jovens apresentavam uma maior propensão a considerar a desistência. Em 2022, 48,6% dos professores com menos de cinco anos de carreira declararam a intenção de deixar o ensino antes da aposentadoria. Como resultado, dados de 2022 contrastam com os 39,7% registrados no ano anterior.

Em contraste, 39,2% dos professores que tinham entre 10 e 15 anos de experiência na área manifestaram disposição para desistir em 2022, representando um aumento de 5 pontos percentuais em relação aos 34,2% registrados no ano anterior. Além disso, o estudo evidenciou que os professores relativamente jovens, nascidos a partir de 1989, demonstraram menor satisfação em relação aos seus empregos se comparados aos colegas nascidos antes de 1989. Em média, os professores mais jovens atribuíram 3,93 de 6 pontos à afirmação: “Acredito que lecionar tem mais desvantagens do que vantagens“, em contraponto aos 4,28 pontos dados pelos seus colegas mais velhos.

Foto destaque: Professora fadigada. Reprodução/ Karolina Grabowska/ Pexels